segunda-feira, 28 de março de 2011

Desabafo

Quando eu te conheci eu estava inteira. O muro ao redor do meu coração nunca pareceu-me tão sólido e tão seguro quando antes de você chegar. E eu no inicio recuei, sabia a dor e o trabalho que me levaram a construir aquele muro, e eu te avisei. Avisei que eu era complicada, machucada e me apagava fácil e você, para minha surpresa, disse que não tinha problema, que você também não era perfeito e que eu não tinha tantos problemas assim.
E assim foi, eu com meus dramas dignos de Hollywood e você com seus conselhos de monge budista. Acho que, pela primeira vez na vida, eu realmente pensei que pudesse dar certo. Sabe, aquela história de bons amigos que se conhecem tanto a ponto de se apaixonarem?! Poisé, eu e o meu estúpido romantismo alimentado através de romances baratos e comédias românticas, me fizeram acredita que poderia, finalmente, dar certo com alguém.
E de repente, eu que havia jurado não me apaixonar nunca mais, me vi tão dependente de você, como se a sua presença, seus conselhos e até as suas piadas sem graça fossem como aquele bendito copo d’água que eu tomo antes de sair de casa. Indispensável.
E agora, você se foi, com ares de quem quer voltar e ficar, mas eu não sei se estou pronta para alimentar mais estar doce ilusão provocada por você. Não sei se eu quero acreditar que é só uma fase, você já fez isso antes e eu acabei mais fundo que o Titanic.
E agora, aquele mesmo medo que me fez construir um muro ao redor do meu coração, me implora para que você se afaste de mim ou que eu me afaste do você. E, por mais que você só me pareça encantador a cada encontro, eu preciso desta distancia para me reconstruir e me sentir segura novamente, para reconstruir minha necessidade de mim mesma e ter a certeza de que não importa o que aconteça, eu vou estar bem mesmo estando sozinha.